O cume da Serra na Ferraria de São João permite uma vista 360º com diversos pontos de interesse geomorfológicos e geológicos. As cristas quartzíticas do Espinhal formam o principal relevo desta região e percebe-se porque são também designadas como teto das Ferrarias. Estas duas cristas acabam por se unir e são as mesmas que estão na origem das Fragas de S. Simão, outro local emblemático desta região centro.
A origem das cristas quartzíticas de Portugal remonta ao Ordovícico (há aproximadamente 480 milhões de anos), num tempo geológico durante o qual prevalecia um oceano de águas pouco profundas, idêntico a um atual areal de praia e onde a vida animal proliferava e evoluía. Este cenário é difícil de imaginar mas lembre-se que são 480 milhões de anos de evolução e depois de fenómenos tectónicos, orogenias – processos tectónicos que levam ao aparecimento das grandes cadeias de montanhas – e forças extremas, as rochas sedimentares foram transformadas em rochas metamórficas com evidentes deformações (dobras e cavalgamentos).
Para finalizar, há 2-3 milhões de anos originaram-se diversos recortes na paisagem quartzítica devido ao desenvolvimento da rede fluvial e o sucessivo encaixe dos cursos de água. Deste evento resultou o aplanamento da zona da Ferraria de São João e de outros locais mais emblemáticos de Portugal como as Portas de Ródão, Livraria do Mondego e Fragas de S. Simão.
English
The summit of the Serra in Ferraria de São João allows a 360º view with several geomorphological and geological points of interest. The quartzite ridges of Espinhal form the main relief of this region and it is clear why they are also known as the ceiling of Ferrarias. These two ridges end up joining together and are the same ones that are the origin of Fragas de S. Simão, another emblematic place in this central region.
The origin of Portugal's quartzite ridges dates back to the Ordovician period (approximately 480 million years ago), in a geological time during which an ocean of shallow waters prevailed, identical to a current beach area and where animal life proliferated and evolved.
This scenario is difficult to imagine but remember that there are 480 million years of evolution and after tectonic phenomena, orogenies – tectonic processes that lead to the appearance of large mountain chains – and extreme forces, sedimentary rocks were transformed into metamorphic rocks with obvious deformations (folds and overhangs).
To conclude, 2-3 million years ago, several indentations were created in the quartzite landscape due to the development of the river network and the successive insertion of watercourses. This event resulted in the flattening of the Ferraria de São João area and other most emblematic places in Portugal such as Portas de Ródão, Livraria do Mondego and Fragas de S. Simão.
Español
La cumbre de la Serra en Ferraria de São João permite una vista de 360º con varios puntos de interés geomorfológico y geológico. Las crestas cuarcitas del Espinhal forman el principal relieve de esta región y está claro por qué también se les conoce como el techo de Ferrarias. Estas dos crestas terminan uniéndose y son las mismas que dan origen a Fragas de S. Simão, otro lugar emblemático de esta región central.
El origen de las crestas cuarcíticas de Portugal se remonta al período Ordovícico (hace aproximadamente 480 millones de años), en una época geológica en la que prevalecía un océano de aguas poco profundas, idéntico a una zona de playa actual y donde la vida animal proliferaba y evolucionaba.
Este escenario es difícil de imaginar pero recordemos que son 480 millones de años de evolución y después de fenómenos tectónicos, orogenias -procesos tectónicos que dan lugar a la aparición de grandes cadenas montañosas- y fuerzas extremas, las rocas sedimentarias se transformaron en rocas metamórficas con evidentes deformaciones ( pliegues y voladizos).
En definitiva, hace 2-3 millones de años se crearon varias hendiduras en el paisaje cuarcítico debido al desarrollo de la red fluvial y a la sucesiva inserción de cursos de agua. Este evento provocó el arrasamiento de la zona de Ferraria de São João y de otros lugares más emblemáticos de Portugal como Portas de Ródão, Livraria do Mondego y Fragas de S. Simão.
Français
Le sommet de la Serra à Ferraria de São João permet une vue à 360º avec plusieurs points d'intérêt géomorphologiques et géologiques. Les crêtes de quartzite d'Espinhal constituent le relief principal de cette région et on comprend pourquoi elles sont également connues sous le nom de plafond des Ferrarias. Ces deux crêtes finissent par se rejoindre et sont les mêmes qui sont à l'origine de Fragas de S. Simão, un autre lieu emblématique de cette région centrale.
L'origine des crêtes de quartzite du Portugal remonte à la période ordovicienne (il y a environ 480 millions d'années), à une époque géologique durant laquelle régnait un océan d'eaux peu profondes, identique à une zone de plage actuelle et où la vie animale proliférait et évoluait.
Ce scénario est difficile à imaginer mais rappelons qu'il y a 480 millions d'années d'évolution et qu'après des phénomènes tectoniques, des orogénies – processus tectoniques qui conduisent à l'apparition de grandes chaînes de montagnes – et des forces extrêmes, les roches sédimentaires se sont transformées en roches métamorphiques avec des déformations évidentes ( plis et surplombs).
En conclusion, il y a 2-3 millions d'années, plusieurs échancrures se sont créées dans le paysage quartzitique en raison du développement du réseau fluvial et de l'insertion successive de cours d'eau. Cet événement a entraîné l'aplatissement de la zone Ferraria de São João et d'autres lieux les plus emblématiques du Portugal tels que les Portas de Ródão, la Livraria do Mondego et Fragas de S. Simão.